Sumario: | No princípio do século XVII, o sul da Índia é uma fronteira missionária recente para a Companhia de Jesus. Em regiões marcadas por uma débil presença política e militar portuguesa, os jesuítas estão em confronto imediato com o diabo, que se manifesta em todos os momentos. Em sua interpretação providencialista do mundo e da história, a fé é, inquestionavelmente, sua primeira linha de defesa e motor das suas ações. Ao mesmo tempo, porém, os missionários confiam na razão como arma adicional contra as tramas diabólicas e favorável à conversão das almas. Os embates cosmológicos que travam com os “brâmanes letrados” que encontram, como exemplificamos neste artigo, demonstram claramente que a razão é considerada como uma faculdade universal (ou, digamos, intercultural), e que sua “correta” aplicação à interpretação da estrutura do Universo é entendida como um campo de diálogo com a alteridade.
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